Entre as colinas verdejantes....

Depois de passar por seis apresentações, em pequenas cidades do interior do Rio Grande Sul, próxima de Santa Maria, a última apresentação em São Martinho da Serra só poderia fechar com uma anedota.

Viajamos cerca de 40 minutos de Santa Maria a São Martinho, boa parte em estrada de chão, contemplando a bela vista de morros, casas, flores e vacas. Ao chegar à cidade que nos parecia dormente como em um domingo, chegamos ao local da apresentação: o Ginásio de Esportes!!!!

Até então tudo nos parecia correr bem, havíamos chegado a tempo hábil para organizar todo o material, mas o tempo foi passando e ninguém aparecia para abrir o local. Cerca de 40 minutos antes de começar a apresentação ainda estávamos esperando Godot!

Penduradas em um Orelhão (telefone público) e com a ajuda da funcionária do boteco que ficava na frente do Ginásio, tentamos entrar em contato com a prefeitura. Nada. Ligamos então para a Tati (SESC/SM) que com seus super poderes resolveu nossos problemas e começaram a aparecer pessoas para nos receber. Detalhe, a funcionária do bar em frente ao Ginásio sabia todos os telefones de cabeça.

Em menos de 20 minutos estávamos com cenário pronto, figurinadas e maquiadas esperando o momento de começar a apresentação. Confesso que essa foi uma apresentação difícil. Além do calor, as crianças estavam bem agitadas e demoramos um pouco para conseguir conquistar cada olhar.

Após a apresentação fomos agradecidas com um lanchinho rápido de bolachas caseiras e refrigerantes. Organizamos o material e rumamos para Santa Maria com o dever comprido e esperando a ultima apresentação da Tour do Coquitail Espoleta pelo Interior do RS que só acontecerá em 2011!

Porque fazemos?

Hoje, ao invés de escrever, resolvemos deixar que somente as imagens falassem como fomos recebidos na Casa de Cultura em São Pedro do Sul.
Postamos aqui então uma homenagem ao nosso atento pequeno-grande público.

Dilermando de Aguiar. Ops... São José da Porteirinha!

Quando saímos de Santa Maria, dia 16/11/2010, pensávamos ir ao município de Dilermando de Aguiar. Enquanto seguíamos pelo asfalto foi moleza. Complicado mesmo ficou quando tivemos que enfrentar 7Km de estrada de chão até chegar em Dilermando. Enfim chegamos, mas só pra descobrir que a escola onde nos apresentaríamos era na localidade de São José da Porteirinha. "E como vamos a São José da Porteirinha?, perguntamos. A resposta da moradora local foi: "é só voltar 7Km nessa estrada de chão por onde vocês vieram. Fica bem ao lado da estrada de asfalto!" Enfim... O tipo de coisa que acontece quando um carro carrega palhaços!
Superados o desperdício de tempo e gasolina, chegamos na Escola Valentin Bastianello, que nos recebeu com muito carinho e atenção! O pátio central da escola ficou lotadinho de alunos, inclusive de outras escolas da região, que vieram nos prestigiar.
A apresentação de Coquetail Espoleta decorreu-se normalmente. Foi após o término da peça que tivemos a maior surpresa da tarde: uma aluna portadora de deficiência visual, que teve a peça toda narrada pela professora, entrou no nosso camarim para tocar nas palhaças e em todos os objetos que a prof mencionou! Foi um momento de alegria e emoção para todos nós que estávamos presentes. A menina foi explorando o cenário e os objetos cênicos com a maior liberdade: "Que é isso?", "é o regadorzinho que elas usam que eu te falei!", disse a professora. "Ah é mesmo! é um regadorzinho... Que amor!"
Um amor mesmo foi ter a oportunidade de vivenciar esse momento, e poder alimentar a imaginação dessa criança dando a ela a chance de manipular todos os objetos da história!
Até esquecemos da estrada de chão que percorremos desnecessariamente. Mas esse momento foi INESQUECÍVEL!

Entre uma apresentação e outra...

Em Quevedos...

Depois de uma bela paisagem cercada de verdes vales e o balanço da estradinha de chão, a Cia. Teatro de Bolso chega em Quevedos.

Rumo à quarta apresentação de Coquitail Espoleta em parceria com o SESC/SM, tranferida da Praça Central para um local protegido do sol escaldante do verão que se anuncia, começam os trabalhos para montar o cenário, passagem de som, alinhamento das cadeiras, fazer maquiagem, vestir o figurino, aquecimento e... são encaixados os vermelhos e rechonchudos narizes... começa a barulheira... e lá vêm elas, acompanhadas das cortinas azuis e "del Grand Circo de una malita só e sus hijas menores"!

Agitação na cidade e a presença de aproximadamente 100 crianças assistindo às palhaças Julieta e Pandoíra, marcaram a tarde de sexta-feira.

Muita energia da platéia para que as mágicas funcionassem perfeitamente. Surpresa quando o lenço amarelo é encontrado. Olhos bem arregalados e aquela carinha de não acreditar... momento de delírio quando pequenos brilhos vermelhinhos caem do céu... e muita ansiedade quando o "pequeno voluntário", que havia desaparecido em uma das mágicas, volta à cena.
É chegada ao fim, mais uma das apresentações das palhaças que "vêm caminhando de muito longe, desde a antiguidade...até desembarcar nesta tarde em Quevedos".
E que venha apróxima semana, de terça à quinta nas estradas de uma fatia da região central do Estado, Coquitail Espoleta segue mostrando suas grandes atrações nunca antes vistas por "ustedes"... (quizás!! quizás!! quizás!!)

Chegando a Toropi...

Dia 11 de novembro foi a vez da pequena Toropi receber a visita da Cia Teatro de Bolso. Toropi é uma daquelas cidades que se organizam em volta de uma única rua principal, onde os moradores caminham tranquilamente em pleno horário de rush; do tipo que parece domingo, mesmo que seja quinta-feira. Mas isso não impediu que as 170 crianças presentes no Clube Municipal agitassem menos na companhia das palhaças Julieta e Padoíra. Foi uma tarde de muita diversão, e as crianças subiam em cima das cadeiras para não perder nenhum detalhe.

Elas não tiveram dó das palhaças quando o Burro não voltou da mágica! Riram mesmo! Agradecemos o carinho e a recepção das crianças, e de todo o povo de Toropi. Esperamos voltar em breve!

E você... Quando fecha os olhos?

Quando fecho os meus olhos, me vejo trabalhando rodeada de amigos talentosos, com quem posso sempre contar. Quando fecho os meus olhos, consigo ver que posso tocar as pessoas através da minha arte, traze-las para perto de mim, mesmo sendo minhas desconhecidas. Quando fecho os meus olhos, imagino que todos podemos melhorar juntos! Mas isso desde que você também feche os seus... O que você vê?

A Cia Teatro de Bolso estreou dia 10 de novembro seu mais novo espetáculo, "Quando Fecho os Olhos". A iniciativa veio da própria Companhia, mas a peça foi concebida e executada numa parceria de todos os núcleos artísticos do Macondo Coletivo. Sendo uma peça de artes integradas, fica difícil definir se Quando Fecho os Olhos é teatro, dança, video performance, artes visuais, concerto musical... Fica por conta do público decidir, se é que isso é realmente necessário.

Durante os 45 minutos de espetáculo, toda a equipe se une em prol de um objetivo: mostrar o que seria a viagem de alguém dentro de si mesmo, pelos seus medos e angústias, e o processo de retorno a vida, depois dessa jornada pela escuridão. Todos temos que suicidar um pouco, de vez em quando... E recomeçar.

Alguém já disse que quando fechamos os olhos, estamos olhando pra dentro. Seria esse o início de uma longa tragetória de autoconhecimento?

Saiba o que mais foi dito sobre a peça nos links do Blog do Macondo coletivo, e no perfil do Portal Fora do Eixo.

(texto: Luise Scherer; foto: Kareka Ricordi)

Subindo a Serra

A apresentação em Julio de Castilhos no dia 05 de novembro foi a segunda realizada pela Cia Teatro de Bolso com o Espetáculo “Coquetail Espoleta”, dentro da circulação promovida pelo SESC Santa Maria pela região.

A cidade recebeu a Cia com uma tarde quente e ensolarada. A apresentação ocorrendo no ginásio de esportes municipal o qual presenteou com suas cores: vermelho, azul e amarelo... compondo com as cores do espetáculo...

Ficamos felizes com a receptividade do público, crianças de 4 a 9 anos e professoras de escolas municipais. Segundo a secretária de educação do município - que precisou chegar um pouco mais tarde - “Achei que tinha acontecido algum problema com a apresentação, pois só ouvia silêncio lá de fora”.

Esse silêncio não lembrando nem de longe apatia, mas sim interesse e abertura às palhaçadas propostas.

Outra coisa que chamou muito a atenção foi a grande participação do público no espetáculo. Para chamar “un voluntario”, as palhaças Julieta e Pandoíra não precisavam repetir o convite e sim “rebolar” com tantos candidatos....

... e seus comentários...

“Não faz isso com ela!”

“E a amizade?”

“Pede desculpas!”

“Dá uma flor pra ela....”

Nossas apresentações, pelo SESC, se seguirão pelo mês de novembro afora. No dia 11 em Toropi, 12 em Quevedos, 16 em Dilermando de Aguiar, 17 em São Pedro do Sul e finalmente 18 em São Martinho da Serra.

Apareçam e comunguem conosco desses preciosos momentos...